Águas de Juara detalha "problemas" na qualidade da água e prestação de serviços; confira o resumo

Na manhã dessa segunda-feira, 13 de outubro de 2025, a 25ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Juara foi palco de um importante e aguardado debate sobre os serviços de água e esgoto no município. Durante o bloco das Considerações Finais, o Plenário autorizou o uso da palavra pela Concessionária Águas de Juara, atendendo ao Ofício n° 167/ENG/2025. A solicitação da concessionária visava prestar esclarecimentos detalhados à população e à Casa Legislativa acerca de temas relacionados à prestação dos serviços públicos, em especial, em função de recentes manifestações de interesse público ocorridas no âmbito da Câmara Municipal.

Este diálogo em plenário ocorreu em um cenário precedido pela Moção de Repúdio nº 001/2025, aprovada em sessão anterior. Tal moção refletiu a insatisfação popular com a qualidade da água, a transparência no atendimento e a cobrança de tarifas. Uma reunião prévia, realizada na quinta-feira anterior (9), entre vereadores e representantes da Águas de Juara já havia estabelecido as bases para este encontro público de maior alcance.

Valdemir Tavares, diretor geral da Águas de Juara, iniciou sua fala contextualizando a atuação da empresa, que opera há quase 25 anos em Juara e conta com 80 funcionários. Ele salientou que a concessionária tem realizado investimentos significativos para aprimorar o saneamento local. Um dos pontos centrais abordados foi o investimento de R$ 22 a 23 milhões na captação de água do Rio Arinos. Esta obra visa substituir o atual manancial do Córrego Juara, que, devido à urbanização, já não comporta a demanda crescente da cidade e sofre com a degradação ambiental. O diretor informou que a empresa está avançando com a rede de esgoto, com três equipes trabalhando ativamente. A expectativa é que, até 2028, Juara alcance 100% de água com captação do Rio Arinos e 100% de esgoto coletado e tratado, o que, segundo ele, posicionará o município como um modelo em saneamento básico no estado do Mato Grosso.

Em relação à qualidade da água, um dos temas de maior preocupação popular, Tavares explicou que a coloração amarelada em alguns pontos da rede, especialmente após a seca do ano passado, deve-se ao aumento de manganês e ferro no manancial. Ele esclareceu que, embora essas substâncias causem alteração visual, análises técnicas atestam que a água permanece potável e dentro dos padrões de saúde, conforme fiscalização da vigilância sanitária. A alteração na cor ocorre devido à formação de um "filme" de manganês nas paredes dos tubos, que se desprende em situações de despressurização da rede. Para solucionar a questão, a concessionária contratou consultoria especializada e, a partir de novembro, iniciará um trabalho intensivo de limpeza da tubulação.

O Vereador Luciano Olivetto, durante sua intervenção, questionou o percentual de 80% da taxa de esgoto sobre o valor da conta de água. Ele expressou preocupação com o impacto financeiro para a população e indagou sobre a base técnica para a definição desse percentual, sugerindo que o estudo que prorrogou o contrato de concessão por mais 30 anos (até 2060) pode não ter oferecido alternativas adequadas, o que tem gerado contestações.

Em sua resposta, Valdemir Tavares justificou o percentual de 80% como um fator de equilíbrio para viabilizar os elevados custos de investimento em saneamento, especialmente na construção e manutenção da rede de esgoto, que demanda um longo período para o retorno do capital investido. Ele destacou que obras de esgoto são de grande porte e que o modelo de concessão privada, onde o concessionário assume o risco e o investimento inicial, difere de outros modelos que podem contar com subsídios públicos. O diretor enfatizou que a taxa é resultado de um estudo técnico e que revisões tarifárias são previstas por agências reguladoras, podendo variar para mais ou para menos com base em análises de custo-benefício. Tavares também convidou os vereadores a visitarem as instalações da concessionária para conhecerem de perto os processos e investimentos, reforçando a importância de um diálogo baseado em informações técnicas e contratuais.

A Presidente da Câmara, Vereadora Patrícia Vivian, agradeceu a presença da Águas de Juara e reafirmou que a Moção de Repúdio visava a melhoria do serviço e não ataque os funcionários da empresa. Ela ressaltou a importância da explicação sobre a coloração da água e o plano de limpeza. A presidente aproveitou o momento para solicitar à concessionária uma ampliação dos canais de atendimento para a população, reconhecendo que a morosidade no retorno das reclamações é um ponto crítico. A parlamentar se comprometeu a formalizar as queixas recebidas pelos vereadores, especialmente as referentes a danos em caixas d'água e contas, para encaminhamento à concessionária.

A discussão completa sobre os serviços da Águas de Juara está disponível na transmissão ao vivo da sessão, a partir do minuto 49:15, [clicando aqui].

A Câmara Municipal de Juara orienta a população que, ao enfrentar problemas com os serviços de água e esgoto, o primeiro passo é utilizar os canais oficiais de atendimento da Concessionária Águas de Juara. Essa medida é fundamental para agilizar o registro e a solução das demandas. Caso o problema persista ou a solução não seja satisfatória, o cidadão poderá, então, procurar seu vereador ou a própria Câmara Municipal, que atuará no acompanhamento e na fiscalização do caso.

Canais de Atendimento da Águas de Juara:

  • Telefone/WhatsApp: (66) 3556-1442
  • Instagram: [@aguas_de_juara]
  • Endereço: Rua Sorocaba, 274 S, Centro
  • Site: [aguasdejuara.com.br]
 

 Redação por Alysson Rocha, Jornalista (MTB-3666/MT) - ASCOM/CMJ